quinta-feira, 24 de abril de 2025

POTENCIAL NÃO APROVEITADO É UMA TRAGÉDIA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ SHEMINI 5785

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PARASHÁ SHEMINI 5785



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VÍDEO DA PARASHÁ SHEMINI 5785
ASSUNTOS DA PARASHÁ SHEMINI
  • O Oitavo Dia - Inauguração do Mishkan.
  • Consagração dos Cohanim.
  • A Presença de D'us desce sobre o Mishkan.
  • A morte dos filhos de Aharon, Nadav e Avihu (Incenso Estranho, Embriagados, Halachá diante do Rav, Não queriam se casar).
  • Advertência contra embriaguez no Serviço Divino.
  • Completando o Serviço de inauguração.
  • Discussão entre Moshé e Aharon e humildade de Moshé.
  • Leis alimentares (Kashrut): Animais, Peixes, Pássaros e Insetos.
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POTENCIAL NÃO APROVEITADO É UMA TRAGÉDIA - PARASHÁ SHEMINI 5785 (25/abr/25)

Moses Mendelssohn nasceu em 1729, na cidade de Dessau, Alemanha, em uma família judaica tradicional. Desde jovem, demonstrou uma inteligência extraordinária e uma profunda dedicação aos estudos da Torá. Sua educação começou nos moldes clássicos judaicos, com estudo de Guemará e Halachá, e ele rapidamente se destacou como um estudante excepcional. Seu rabino ficou impressionado com suas capacidades e o levou para Berlim, onde Mendelssohn mergulhou ainda mais nos estudos. Porém, aos poucos, ele começou também a explorar o mundo da filosofia e da cultura geral europeia.
 
Em Berlim, Mendelssohn aprendeu por conta própria alemão, latim, grego e matemática. Passou a ler os grandes filósofos da época e se tornou parte do círculo intelectual da cidade. Seu nome ganhou respeito não apenas entre judeus, mas também entre os pensadores não judeus, e ele se tornou um símbolo do que parecia ser a possibilidade de um judeu religioso participar plenamente da sociedade moderna. Mendelssohn acreditava que razão e fé não eram opostas, e que os judeus poderiam, e até deveriam, se integrar culturalmente ao mundo ao seu redor, sem abrir mão de sua identidade religiosa. Seu mantra era "Seja um bom judeu em casa, mas um bom alemão na rua".
 
Em nome dessa ideia, ele tomou uma decisão que mudaria o curso da história judaica moderna: traduziu a Torá para o alemão, com comentários em hebraico. Por um lado, isso permitiria que os judeus da Alemanha aprendessem alemão e se inserissem melhor na sociedade, e por outro lado, manteria a ligação dos judeus com o texto sagrado da Torá por meio de explicações em uma linguagem clara e acessível. Essa tradução, feita com boas intenções, gerou uma enorme controvérsia. Muitos sábios da geração viam nela uma perigosa abertura à assimilação. Para eles, colocar o texto sagrado em uma língua estrangeira era um passo rumo à perda da identidade judaica e da reverência pela Torá. E eles estavam certos.
 
Mendelssohn se manteve observante. Ele guardava o Shabat, cumpria as Mitzvót e frequentava a sinagoga. No entanto, as ideias que ele difundiu abriram caminho para um movimento muito mais radical que ele jamais teria imaginado: a Haskalá, ou Iluminismo Judaico, que em poucas gerações daria origem à assimilação em massa, ao abandono da prática religiosa e aos movimentos reformistas que romperiam com princípios centrais do judaísmo.
 
A ironia mais dolorosa da vida de Mendelssohn foi que, apesar de seus esforços para mostrar que era possível conciliar o "mundo moderno" com o judaísmo, nenhum de seus filhos permaneceu fiel à Torá. Alguns se converteram ao cristianismo, outros simplesmente abandonaram a prática judaica. Seu neto mais famoso, Felix Mendelssohn, um grande compositor de música clássica, que compôs a famosa "Marcha Nupcial", foi batizado e criado completamente fora da tradição judaica. Para muitos sábios, a decadência familiar foi vista como um reflexo do erro mais profundo da proposta de Moses Mendelssohn: a tentativa de preservar a identidade judaica apenas por meio da razão e da cultura, sem o compromisso visceral e constante com a vida da Torá e das Mitzvót.
 
Moses Mendelssohn não foi um herege nem um rebelde. Ele era um homem de boas intenções, que desejava proteger e elevar seu povo. Mas, ao confiar demais no poder da razão e da aceitação social, acabou sendo o início de um caminho que levou muitos para longe das fontes vivas do judaísmo. Ele poderia ter canalizado suas energias e dons para transmitir a Torá e trazer judeus para mais perto de D'us, mas infelizmente ele acabou causando o efeito contrário. A história de Moses Mendelssohn é, assim, uma narrativa profundamente dolorosa e trágica: a de um judeu brilhante, com um imenso potencial espiritual, que tentou construir uma ponte entre dois mundos e acabou sendo o primeiro a cair dela.

A Parashá desta semana, Shemini (literalmente "Oitavo"), descreve a inauguração do Mishkan, o Templo Móvel, um momento mágico na história do povo judeu. Os judeus entenderam que uma construção material podia trazer ao mundo a Presença Divina, desde que tudo fosse feito exatamente da forma como D'us instruiu. O Mishkan era, portanto, um portal entre o mundo material e o mundo espiritual.
 
E assim começa a nossa Parashá: "E foi, no oitavo dia, Moshé chamou Aharon, seus filhos e os anciãos de Israel" (Vayikrá 9:1). A montagem do Mishkan é introduzida com a expressão "E foi", em hebraico "Vayehi". Esta mesma expressão foi utilizada na Criação do mundo: "E foi noite e foi manhã" (Bereshit 1:5). Qual é a conexão entre os dois acontecimentos?
 
O Talmud (Meguilá 10b) explica que o dia da montagem do Mishkan foi uma ocasião tão alegre quanto o dia em que D'us criou o mundo. Porém, o próprio Talmud questiona este ensinamento, pois, com base na transmissão oral, sempre que um evento é precedido pela expressão "Vayehi", isso indica uma tragédia iminente. Então, se a montagem do Mishkan é precedida pela expressão "Vayehi", como pode ter sido descrita como uma ocasião tão alegre quanto a Criação do mundo? O Talmud explica que, apesar de a montagem do Mishkan ter sido um evento muito alegre, algo triste também aconteceu. Como Nadav e Avihu, os filhos mais velhos de Aharon, morreram nesse dia, uma enorme tragédia, então "Vayehi" é a expressão apropriada para introduzir esse evento. Porém, o Talmud está ensinando duas coisas completamente contraditórias. Como a palavra "Vayehi" pode refletir, por um lado, algo tão alegre que se compara com a Criação do mundo e, por outro lado, um evento tão trágico?
 
A Torá relata que Nadav e Avihu trouxeram um "fogo estranho", isto é, um incenso, para o Kodesh Hakodashim, um Serviço que apenas o Cohen Gadol estava autorizado a realizar, e apenas uma vez por ano, em Yom Kipur. Aparentemente foi um erro muito grave, um desrespeito pelo Serviço Divino e pelo lugar mais sagrado do Mishkan. Porém, como Moshé consolou Aharon? Ele disse ao seu irmão que já havia sido anunciado no Monte Sinai a morte de dois grandes Tzadikim. Então como entender este ato, que parece ser tão pequeno, ter vindo de Nadav e Avihu, pessoas em um nível espiritual tão elevado?
 
A pergunta fica ainda mais difícil de acordo com outro Midrash que afirma que Nadav e Avihu entraram no Mishkan após terem bebido vinho. Aparentemente eles violaram a Mitzvá que proíbe uma pessoa de realizar os Serviços do Mishkan estando embriagada. Como um comportamento tão leviano, de entrar em um lugar tão sagrado estando embriagado, pode ser atribuído a pessoas tão elevadas?
 
Na Parashá Ki Tissá, Rashi comenta que as instruções sobre a montagem do Mishkan foram transmitidas apenas após a transgressão do Bezerro de Ouro. Por que? O Rav Ovadia Sforno zt"l (Itália, 1475-1550) explica que o Mishkan foi necessário para recuperar o nível espiritual atingido no momento da revelação de D'us no Monte Sinai, descrito como o "ápice da criação". Na entrega da Torá o povo alcançou o nível de Adam no momento da criação, antes da transgressão de comer o fruto da "Árvore do conhecimento". Porém, após o Bezerro de Ouro, o povo caiu e voltou ao nível de Adam após sua transgressão. De certa maneira, a construção do Mishkan seria uma renovação da criação do mundo, uma oportunidade de recuperar o nível espiritual do Monte Sinai. Isso é refletido na comparação feita pelo Talmud entre a alegria da construção do Mishkan e a da criação do mundo.
 
De acordo com as fontes místicas, o número oito refere-se ao Mundo Vindouro e, por isso, definem os eventos do dia da montagem do Mishkan, pois nesse dia uma nova realidade espiritual foi iniciada. O erro de Nadav e Avihu foi resultado de seu entendimento equivocado de que essa nova realidade espiritual já indicava a perfeição espiritual do mundo. Em um mundo perfeito, tudo poderia ser usado para servir a D'us no mais alto nível. Desta maneira, nenhuma limitação de tempo ou santidade impediria uma pessoa de entrar no Kodesh Hakodashim para servir a D'us. O erro deles foi não ter entendido que a construção do Mishkan marcou apenas o início de um processo rumo ao mundo perfeito, um elo com o Mundo Vindouro, mas as limitações ainda existiam.
 
Explica o Rav Yochanan Zweig shlita que a proibição de realizar os Serviços do Mishkan após beber vinho não está ligada à possibilidade de o Cohen estar embriagado, pois a quantidade que torna um Cohen inapto é muito inferior à necessária para embriagá-lo. Além disso, segundo opiniões do Talmud (Zevachim 17b), a proibição se aplica apenas ao vinho, e não a outras bebidas alcoólicas. Claramente, a preocupação não é com a embriaguez. O Talmud (Brachot 40a) ensina que o vinho é o símbolo da "Árvore do conhecimento", e o vinho guardado do Gan Éden será servido aos justos na vinda do Mashiach (Brachot 34b). Até lá, uma pessoa não está autorizada a servir a D'us no nível mais elevado após beber vinho. O fato de Nadav e Avihu terem bebido vinho antes do Serviço refletia sua percepção de que o tempo da perfeição já havia chegado.
 
O termo "Vayehi", portanto, reflete tanto a alegria quanto a tragédia, pois a alegria se manifesta quando a pessoa tem consciência de seu potencial espiritual. No entanto, se esse potencial é utilizado de forma inadequada, a tragédia ocorre na mesma medida do crescimento que poderia ter sido alcançado. Portanto, alegria e tragédia emanam do mesmo potencial. A alegria do dia, que emanava do potencial de uma nova realidade espiritual, transformou-se em uma tragédia quando esse potencial foi mal interpretado e mal utilizado.
 
Temos um potencial espiritual gigantesco, mas muitos o canalizam de forma equivocada, não preenchendo seu objetivo na vida. Não há tragédia maior do que alguém que poderia crescer, mas escolhe os caminhos errados na vida. Não temos que buscar "reformas" no nosso Serviço espiritual, apenas cumprir o que D'us nos transmitiu, de forma clara e direta, na Sua Torá. Esse é o único e verdadeiro mapa para o Gan Éden.

SHABAT SHALOM

 R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 17 de abril de 2025

A GRANDEZA DA HUMILDADE - SHABAT SHALOM M@IL - SHVII DE PESSACH 5785

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A GRANDEZA DA HUMILDADE - SHVII DE PESSACH 5785 (18/abr/25)
 
"O Rav Aryeh Levin zt"l (Império Russo, 1885 - Israel, 1969) era conhecido por sua bondade, compaixão e humildade extrema. Ele visitava presos, doentes e pobres, e fazia tudo de forma silenciosa, sem buscar honra ou reconhecimento. Ele era chamado de "o pai dos prisioneiros" por visitar regularmente os presos judeus durante o Mandato Britânico, e "Tzadik de Jerusalém" por sua atuação em prol dos pobres e doentes da cidade.
 
Certa vez, o Rav Aryeh foi convidado para receber uma homenagem por seu trabalho com os doentes e prisioneiros. A cerimônia pública estava cheia de rabinos, políticos e figuras públicas. O apresentador, antes de convidar algumas autoridades para falar, começou a fazer um longo discurso, elogiando Rav Aryeh com adjetivos grandiosos, tais como "Tzadik", "Anjo em forma humana" e "Pilar de Jerusalém". Porém, de repente, o Rav Aryeh interrompeu o apresentador. Ele levantou-se calmamente e disse:
 
- Perdoem-me, mas acho que todos aqui estão na cerimônia errada. O homem que estão descrevendo não sou eu! Acho que deve estar havendo algum engano.
 
E, então, sentou-se novamente, como se nada tivesse acontecido.
 
Mais tarde, alguém lhe perguntou por que ele não aceitou os elogios com um simples "obrigado".
 
- Se eu aceitasse os elogios, talvez começasse a acreditar neles - respondeu o Rav Aryeh Levin - E se eu começasse a acreditar neles, deixaria de ser quem eu preciso ser."
 
A humildade de Rav Aryeh Levin não era falsa modéstia. Era uma consciência verdadeira de que toda bondade que ele praticava vinha de um senso de missão, não de vaidade. Ele fugia da honra como alguém que foge do fogo, e isso só aumentava sua grandeza.
Este Shabat coincide com o sétimo dia da Festa de Pessach, que é novamente Yom Tov por causa do enorme milagre que ocorreu neste dia: a abertura do Mar Vermelho. O povo judeu havia saído fisicamente do Egito, mas a liberdade ainda não estava completa, já que os egípcios ainda poderiam tentar perseguir os judeus para recuperar seus escravos. E foi isso que realmente aconteceu, exigindo novamente que a Mão de D'us salvasse os judeus.
 
Os egípcios estavam destruídos, fisicamente e psicologicamente, após as 10 pragas. Porém, mais uma vez D'us endureceu o coração do Faraó, fazendo com que ele se arrependesse de ter libertado seus escravos. O Faraó conseguiu convencer os egípcios que eles haviam sido tolos, o que mexeu com a honra deles. Era parte do plano de D'us, que ainda não tinha completado o castigo dos egípcios. Na mesma medida que os egípcios haviam causado sofrimento aos judeus, assim eles foram castigados, mas ainda faltava o castigo por terem jogado os bebês no rio Nilo. Como D'us havia jurado que nunca mais traria um dilúvio ao mundo, os egípcios estavam tranquilos que D'us não conseguiria castigá-los. D'us poderia ter mandado um dilúvio apenas no Egito, pois o juramente era não trazer novamente um dilúvio sobre o mundo inteiro. Mas D'us fez melhor do que isso. Os egípcios, em sua arrogância, caminharam com suas próprias pernas para o seu "dilúvio particular". Mesmo vendo a Mão de D'us no mar, não deixaram de perseguir seus escravos, na certeza de que teriam sucesso. Mal sabiam que caminhavam para sua sepultura no meio do mar. O que matou os egípcios, portanto, foi a sua arrogância.
 
Isso se conecta diretamente com o principal símbolo de Pessach: a Matzá. Segundo o Zohar Hakadosh, que chama a Matzá de "Pão da cura", a Matzá faz bem ao corpo. Mas o principal benefício da Matzá certamente é espiritual. O que a Matzá representa? É o mesmo pão que comemos durante o ano, mas sem o inchaço, sem o ar que o infla. A Matzá simboliza, portanto, o nosso verdadeiro eu essencial, não o eu inflado pela arrogância e pela ilusão. Ela nos remete a uma vida mais simples, sem as extravagâncias e o materialismo que apenas aumentam as nossas preocupações. Uma vez por ano sentir o gosto da realidade, sem enfeites, é delicioso e libertador.
 
Explica o Rav Simcha Barnett que a Matzá nos ensina que a essência da liberdade é a humildade. Não há nada mais escravizador do que a própria arrogância. É praticamente impossível melhorar se você já acha que é o melhor, o mais inteligente, aquele que tem todas as respostas. O parâmetro da Torá para a sabedoria é outro: "Quem é sábio? Aquele que aprende com todos, como está dito: 'De todos os que me ensinaram obtive entendimento' (Tehilim 119:99)" (Pirkei Avót 4:1). Para ser sábio é preciso, antes de tudo, ser humilde e aberto a aprender com os outros. Até mesmo David HaMelech, um gigante espiritual, afirma que aprendeu com todos, e tornou-se mais sábio com todos os ensinamentos que recebeu, não importava de quem viesse.
 
Uma extensão fascinante desse princípio é que todas as pessoas que entram em nossas vidas foram escolhidas a dedo por D'us para nos ensinar algo, mesmo que possamos pensar que elas estavam ali apenas para nos irritar ou para nos impedir de realizar o que queremos. As pessoas com quem convivemos não devem ser vistas como "obstáculos a serem superados", e sim como "degraus para alcançarmos níveis pessoais ainda não explorados".
 
É importante lembrar que não saímos do Egito apenas para sermos livres fisicamente. Saímos para nos libertar também da escravidão espiritual, e isso somente aconteceu quando recebemos a Torá no Har Sinai. E da mesma forma que a saída do Egito foi marcada pela humildade, a preparação para a Festa de Shavuot, que comemora o recebimento da Torá no Monte Sinai, também está fundamentalmente ligado à característica da humildade. O Midrash nos conta que o Monte Sinai foi o mais adequado para o recebimento da Torá por ser baixo, discreto e humilde. Além disso, Moshé, o transmissor da Torá ao povo judeu, foi o homem mais humilde que já existiu. Finalmente, toda a preparação para o recebimento da Torá ocorreu no deserto, um lugar vazio e desolado. O deserto aceita plenamente o que lhe é dado. De dia é quente por causa do sol, enquanto à noite, quando o sol se vai, ele se torna frio. O deserto nos ensina que se queremos receber algo, primeiro devemos nos esvaziar de nossas crenças e opiniões arraigadas, e aceitar ao menos escutar e ponderar outras opiniões. A humildade nos permitiu chegar ao Monte Sinai prontos para escutar e receber os ensinamentos de D'us.
 
Se prestarmos atenção, perceberemos que a história da formação do nosso povo é diferente de todas as outras nações. Já houve alguma nação que começou sem uma terra, na qual sua identidade e valores tomaram forma? Normalmente o lugar, as circunstâncias e os fatores ambientais se misturam para moldar a identidade nacional dos habitantes de certo lugar. Mas o povo judeu foi elevado acima desse viés cultural e geográfico ao receber a Torá em um deserto, um ambiente vazio e livre de condições preexistentes. A Torá passaria então a ser, a partir daquele momento, o "solo" a partir do qual a nação judaica cresceria e se desenvolveria.
 
O próprio ser humano é chamado de "Adam", quem vem da palavra "Adamá", literalmente "solo". Para fazer algo crescer na terra, primeiro é preciso fazer buracos e colocar a semente lá embaixo. Isso nos ensina que devemos nos rebaixar, nos "enterrar", para abrir espaço para que algo novo e maravilhoso crie raízes e cresça. Essa característica da humidade é, portanto, a chave para podermos receber a Torá em Shavuót.
 
E como podemos crescer em humildade? A resposta está na Mitzvá que começamos a cumprir a partir do segundo dia de Pessach, o dia no qual era oferecido no Beit Hamikdash o "Korban HaOmer", uma oferenda de cevada. A partir deste dia, começamos uma contagem crescente, dia após dia, até chegarmos ao dia 49, e no dia 50 comemoramos a Festa de Shavuót. Esta Mitzvá é conhecida como "Sfirat HaOmer". O que ela nos ensina? Que devemos crescer um pouco a cada dia na nossa preparação para receber a Torá. Estávamos no nível 49 de impureza quando saímos do Egito e foi necessário uma longa preparação para estarmos aptos a receber a Torá.
 
No Pirkei Avót, nossos sábios trazem 48 ferramentas para a aquisição da Torá. Algumas são mais "técnicas", pois se referem à forma de estudar a Torá, como o esforço no estudo, a necessidade de revisões constantes e aprender a ordenar mentalmente o estudo. Porém, muitas das ferramentas para a aquisição da Torá estão relacionadas com o nosso trabalho de Midót, isto é, o refinamento de caráter. Isso nos ensina que o estudo de Torá não é algo técnico, como estudar matemática e geografia. Precisamos de um refinamento espiritual para absorvermos e entendermos os profundos ensinamentos da Torá. Mas como desenvolvemos estas 48 ferramentas? Rabi Akiva, um dos maiores sábios da nossa história, utilizava com seus alunos uma técnica especial. Em cada dia do Sfirat HaOmer ele incentivava seus alunos a se esforçarem para adquirir uma das 48 ferramentas. E, finalmente, no dia 49, eles repassavam todas as ferramentas e as internalizavam no coração.
 
Obviamente que uma das 48 ferramentas é a humildade. Além disso, muitas das outras ferramentas também estão relacionadas com a humildade, demonstrando que sem humildade a Torá não pode ser adquirida. Por exemplo, uma das ferramentas é "Confiança nos sábios", que envolve a humildade de escutar aqueles que estão acima de nós e aceitar seus ensinamentos. A ferramenta "Intercâmbio com os nossos amigos" somente é possível ser desenvolvida se estivermos abertos a escutar o que pessoas que estão no mesmo nível que nós têm a ensinar. E ainda maior deve ser a humildade da pessoa para desenvolver a ferramenta "Debate com os alunos", pois envolve escutar e dar importância para a opinião daqueles que são menores do que nós. Quando pedimos sabedoria na Tefilá, dizemos "nos agracie", isto é, um presente gratuito. Não pelo nosso mérito, mas pela bondade de D'us. Como aprendemos do Rav Arieh Levin, se perdemos a humildade, deixamos de ser quem nós precisamos ser. Mas, se tivermos humildade, poderemos adquirir a Torá e, com ela, cumprir a nossa missão na vida.
 
SHABAT SHALOM E CHAG SAMEACH
 
R' Efraim Birbojm
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